a – é – i – o – u do trabalho com crianças
Segundo o Dicionário Aurélio, “A-É-I-O-U” é a substantivação de a, e, i, o, u com que se designam as primeiras letras ou rudimentos de uma matéria.
Para que um indivíduo deixe de ser analfabeto, é necessário que ele domine, em primeiro lugar, os rudimentos da gramática. Você se recorda de como veio a aprender a ler e escrever? Lembra-se de quantas vezes escreveu as vogais em seu primeiro caderno? Infelizmente, em nosso país, quantos ainda vivem na mais absoluta ignorância!
E quanto à informática? Você já tentou aprender informática? Conhece pelo meos o “a-é-i-ó-u” da informática? Quantos adultos tremem de pavor só de pensar em mexer naquele equipamento misterioso chamado computador! Mas é curioso observar como as crianças são capazes de desenvolver e dominar esta nova habilidade. E elas não compreendem por que os adultos preferem ficar ignorantes a respeito de computação.
No trabalho de evangelização de crianças também existe muita ignorância. Há muitos que são analfabetos, fazendo tudo de maneira apenas superficial e sem qualidade, por não conhecer as noções básicas para se obter resultados satisfatórios e eternos.
Você deseja conhecer e dominar esta matéria? Então escreva em sua mente e em seu coração, até gravar bem, o A-É-I-Ó-U do trabalho com as crianças.
A = AMOR
“Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: APASCENTA OS MEUS CORDEIROS”. (João 21:15).
Pedro, que negara ao Senhor três vezes, é questionado três vezes pelo Senhor: “Amas-me?” e só ao responder “Tu sabes que te amo” é que recebe a missão de apascentar ou pastorear tanto cordeiros como ovelhas.
É interessante observar neste texto que Jesus utiliza a palavra “cordeiros” que identifica os pequeninos de um rebanho de ovelhas. Isso nos faz pensar que também as crianças precisam de cuidado pastoral. Sim, as crianças precisam ser apascentadas e não somente pajeadas.
Muitos trabalhão com crianças (apesar de serem chamados de “trabalhos com criança”) não são na verdade ministérios com crianças, pois se resumem apenas em “tomar conta” dos pequenos para que não atrapalhem os “trabalhos dos grandes”. As pessoas que estão à frente das ciranças são “tios” ou, mais freqüentemente, “tias”, que pouco ou quase nada fazem para a formação espiritual de seus “aluninhos”.
O que leva alguém a ser consciente de sua responsabilidade pastoral com as ciranças é estar cheio de amor pelo Senhor Jesus. Só quem ama o Senhor poderá amar também as crianças e dedicar-se a elas, “pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: Um morreu por todos, logo todos morreram. E Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou.” (2 Coríntios 5:14, 15).
É preciso verificar que no Velho Testamento encontramos o mesmo princípio. Em Deuteronômio 6:4-9, antes da ordem para que os pais inculquem a Palavra de Deus em seus filhos, há o mandamento: “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.”
Não haverá ministério eficaz com as crianças sem um coração pleno de amor pelo Senhor.
E = ESPERANÇA
“Que virá a ser, pois, este menino? (Lucas 1:66). Quando estas palavras foram pronunciadas, por ocasião do nascimento de João Batista, o seu pai, Zacarias, tinha uma profunda convicção e esperança, chegando a afirmar: “Tu, menino, será chamado profeta do Altíssimo” (Lucas 1:76).
No Velho Testamento, em Salmos 78:1-8, fica bem claro que, ao falarmos às futuras gerações sobre o Senhor e as maravilhas do Seu Amor e Sua Salvação, estas crianças confiarão no Senhor e serão obedientes à Sua vontade, escapando de vir a ser uma geração rebelde e infiel.
O trabalho com nossos meninos e meninas exige que se olhe para o futuro com a esperança de que eles não serão escravos de Satanás mas servos do Deus Altíssimo; que não serão rebeldes, mas servos fiéis; que não estarão perdidos, mas salvos eternamente, pois semeamos em seus corações a preciosa Palavra do Senhor que tem a garantia de não voltar para Ele vazia.
Não haverá ministério eficaz com as crianças sem esta esperança de que veremos os frutos de nosso trabalho, para a glória de Deus.
I = INVESTIMENTO
“Então lhe disse a filha de faraó: Leva este menino, e cria-mo; pagar-te-ei o salário. A mulher tomou o menino, e o criou” (Êxodo 2:9).
Quanto custa formar uma criança? Sem dúvida, trabalhar com os pequeninos exige gastos, exige investimento. Investimento não só de dinheiro ou de material, mas também de tempo.
Quantos trabalhos com crianças são feitos na base da improvisação! Pode-se com segurança afirmar que justamente para as atividades que envolvem as crianças que nunca se consegue as verbas necessárias.
Embora se saiba que o trabalho com as crianças produz mais resultados do que o trabalho com jovens e adultos, chegando alguns a afirmar que o trabalho com aquelas dá um retorno de 90% contra 10% com estes, investe-se apenas 10% nas crianças; quando se investe!
Não haverá ministério eficaz com as xrianças sem que se assumam os devidos custos: a) sustos para se ter boas salas de aula; b) custos para aquissição e preparo de melhores materiais didáticos; c) custos em treinamento, para se poder transmitir melhor o ensino da Palavra de Deus às crianças.O alvo daquele que ministra deve ser o de se tornar uma influência amiga e marcante na formação da personalidade da criança.
O = ORAÇÃO
“Levanta-te, clama de noite no princípio das vigílias; derrama o teu coração como água perante o Senhor; levanta o Ele as tuas mãos, pela vida de teus filhinhos, que desfalecem de fome à entrada de todas as ruas.” (Lamentações 2:19).
Diante de um quadro terrível, quando o povo estava sendo levado para o cativeiro, levante-se este desafio do profeta Jeremias: “Clama ao Senhor pela vida de teus filhinhos”.
Mais do que nunca há a necessidade de oração em favor das crianças. Nada poderá ser alcançado senão através da oração.
Aquele que trabalha com as crianças precisa aprender o segredo da oração por si mesmo, por seu preparo, por seu exemplo de vida, e pela salvação das crianças e o crescimento espiritual delas.
É imperiosos reconhecer a verdade daquela afirmação de Agostinho: “É mais importante falar acerca a Deus acerca das crianças do que falar às crianças acerca de Deus!”
Não haverá ministério eficaz com as crianças sem a prática da oração.
U –URGÊNCIA“Assim, pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos” (Mateus 18:14).
É urgente ganhar as crianças para Cristo. Enquanto crianças, elas estão mais sensíveis ao Evangelho, reconhecem mais humildemente o seu pecado e crêem, mais sincera e alegremente, na Pessoa e Obra de Jesus.
À medida que vão crescendo ou vão se adultizando, vão também endurecendo seus corações e ficando cada vez mais marcadas pelo pecado.
Pesquisas têm comprovado que cerca de 85% dos que são cristãos tomaram esta importante decisão entre os 5 e 15 anos de idade: 10% entre os 15 e 30 anos; 49% após os 30 anos e 1% de 1 a 4 anos. Esta estatística nos mostra como é urgente ganhar as ciranças. Infelizmente, muitos não crêem na evangelização das crianças e protelam a comunicação da mensagem.
Quantas crianças acabam sendo igrejadas e não evangelizadas!
Quem trabalha com as crianças deve ter como prioridade conduzi-las à salvação em Cristo, pois esta é a vontade de Deus.
Não haverá ministério eficaz com as crianças sem este sentimento de urgência quanto a ganhá-las para Jesus.
Eis aí o A-É-I-Ó-U do trabalho com crianças, os rudimentos básicos para se ter um trabalho frutífero:
AMOR
ESPERANÇAINVESTIMENTO
ORAÇÃOURGÊNCIA
Você já conhece o A-É-I-Ó-U?
Artigo de Gilberto Celeti,
Revista “O Evangelista de Crianças” , abr-mai-jun/00
Extraido do blog evangelismoinfantil.blogspot.com
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